Tuesday, August 30

IV

Póthos graptos

Ouço o choro que me acompanha.
Páro e penso!
Nunca me tinha apercebido
que, depois de ter chovido,
a palavra que se repete é seca.
Seca de sementes
ou da semente maior
que é o Amor.
Vendaval que grita e ofusca a Razão,
tempestade que provoca derrame de sangue,
é do temporal revolucionário que eu preciso!
Monotonia dos campos ressequidos,
porque me secas?
Queria tanto que acção
batesse à porta três vezes.
Assim estaria forte
para enfrentar o vero.
Disse-me a musa que escreve
para eu arranjar uma cápsula.
Objecto esse que me fecharia
hermeticamente para o mundo,
mas com respiradouros
para que ar doido me pudesse purificar.
Confesso que ainda me detive no assunto,
acabando por vetar o tema.
As peripécias decerto fluirão e eu,
com o poder investido pelo Romantismo,
vencerei as árduas e necessárias batalhas
carregando a aurora alva em meus ombros.
Daí em diante jamais fugirei a um desafio
e meus medos e complexidades serão ultrapassados!
Os alicerces fortes da personalidade
poderão ser a educação, meio e hereditariedade,
mas o meu alimento eterno e espiritual
será sempre o amor escrevinhado.

14/06/2000

1 comment:

Anonymous said...

OLHA quando escvrever um livro eu Quero FREE claro...
e com dedicatoria...
MIGOOOOOO adorei vc...
e seus poemas mais ainda...
porque tudo se passa tão longe?
BOM deveras...
Não presisa melhorar em nada pois se melhorar estraga...
heheh ai essa rima foi Tosca né hehehe ABRAção de URSaum