Monday, October 17

LII

Mirone

Observador atento
de todos os meus passos,
diz-me o que olhas...
Vês as ruínas do meu ser
dispostas em pedaços
aos pés de um homem qualquer...
Não lembras a minha história,
nem sequer a minha glória,
ainda que passageira,
como tudo o que vivi até agora.
Não sabes como morro,
nem sempre todos os dias,
embora em muitos deles
não haja nenhum socorro.
Sonetos que vêm e vão
que se ouvem como um refrão
na boca de qualquer cidadão...
Nunca é conhecido o autor,
sabe-se que sofreu de amor,
partilhou a vida com a dor...
No entanto, ele sempre soube
que no mundo há muito pior,
gente que, com o sofrimento,
não distingue vida de dor!
A vida nem sempre vai bem,
temos que morrer para renascer,
o amor é que tem de haver
para o mundo não perecer!

28/05/2002

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