Monday, November 28

XCIV

Homofonias finais

Com a teia me enredaste,
grande pânico causaste,
até que de mim te aproximaste
e por fim me devoraste!
Não houve a mais fina haste
que com tanta força não quebrasses,
a vida boa me causaste
no tempo pouco que em mim ficaste!
Chora agora com remorsos
de me partires os ossos,
me mandares para poços
e me afogares nos fossos!
Tortura dos dias nossos,
prepara cedo os teus bolsos
para teres reembolsos
por seres um dos meus corsos!
Desembainhaste a espada,
derrotaste a minha armada,
bloqueaste a minha estrada,
tornaste a vida elevada!
Seriamente me tiveste
como erva má e agreste,
de mim troça fizeste
e injectaste em mim a peste!
Agora merecias um duro castigo,
dormir sempre comigo,
isso seria ad eternum,
se eu fosse, para ti, ser algum!

02/09/2002

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