Sunday, January 29

CLVI

Comerciando

No auge do seu trabalho,
os operários do concerto
produziam já o som do
que havia de ser para sempre!
A comemorar uma história
que nos trouxe liberdade,
esta que nos livrou da escória
que nos trazia enfermidade!
Não há escolha a fazer,
entre democracia e ditadura,
obriguem-me a na última viver
e mando erguer minha sepultura!
Com o som surdo dele a cantar
percebo que posso esperar
pela chamada do dia,
hoje o sol não me arrepia!
É apenas ter paciência,
os NA me ligará,
e se não ligar,
tanto se me dá,
porque no fundo ele perde
mais que eu, que perdi
a ilusão de tê-lo agora
vivo na esperança, embora
nunca viva de novo o que vivi.
Prudente é o tempo,
que anda devagar se precisa,
traz-me a ira, sempre
que eu preciso do seu auxílio,
ele me abandona, qual indecisa
vendedora de rua em exílio!


22/04/2004

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