Saturday, January 21

CXLVIII

Vítreo, saíu

Coroa de espinhos não usava,
porque não me comparo a ninguém,
mas esses habitaram sempre em mim,
porque as coisas nunca estiveram bem!
Bem é quando o rouxinol canta,
desliza suave no mar a manta,
quando a paz reina sempre aqui,
quando eu, em mim pensante, sinto-me em ti!
Quando poderei eu ter-te?
Diz-me isso, porque já não suporto
este insuficiente poder gnósico sobre ti,
eu não sei o que tu vives, perdi
a noção do tempo por te amar,
mas não me dizes nada nestes dias,
não vês que o stress e as agonias
que tenho por não te ter dentro de mim
quando me penetras, e a tua língua
na minha boca quando me beijas
e os braços teus mais grandes
e saber que tanto me desejas,
vamos estar juntos agora, meu amor!
São duros estes dias, pensei
que seria totalmente capaz,
mas hoje sinto-me nu de armas,
desarmado contra sentimentos
que me apedrejam o coração-vidro
e contra grandes pensamentos
que me tornam inseguro o cérebro!
Mas porquê, serei eu normal,
porque não aguento isto em nome
do amor que sinto por ti, Portugal
se tornou tão longe de repente,
tenho noção que tou no fim do mundo,
ai, como me dói o coração, moribundo
por não sentir o teu bater forte
!

26/02/2004

No comments: