Monday, May 8

CC

Bosque de questões

Através do plástico via o exterior,
coberto de decência e pudor,
enquanto por dentro nada mais havia
que uma mente envolta em luxúria!
Há que aproveitar o estado iluminado
d'essa mente e tentar que o prazer
inunde a vida, deixando motivado
aquele que, indeciso, não quer perecer!
Provações internas, dilemas,
escuros bosques de perguntas
feitas árvores, com os seus ramos,
muito longos, onde as decisões atamos!
As milícias internas combatem
os exércitos que tentam destruir
o que existe, que à força querem
retirar o que não há meio de vir!


07/05/2006

Sunday, May 7

CXCIX

Rosas de fora

Finalmente me saem as palavras,
pensava que tu mas guardavas,
e depois me recordei que de mim
tu já não tens nada, nada de mim!
As rosas que sinto florescer
são todas exteriores à minha alma,
se lá fora se vè a euforia crescer,
cá dentro reina a mórbida calma!
O fogo ferve calminho, adormecido
pelos caminhos estranhos que tem percorrido
e das sombras ainda resta muito
material, muita presença, é muito!
Esquecido no areal, o meu corpo esfria
e pelo contrário a minha alma aquece,
eu sem saber a vaga razão sombria
por que esse evento acontece!



06/05/2006

Saturday, May 6

CXCVIII

Fuga do sol-tu

O sol já está a fugir,
eu oiço sons bonitos doces
e lembro-me de ti, como se fosses
a associação perfeita, a fugir!
Mas não me parece que o sejas,
há feridas intensas, tu almejas
o que já não existe, trataste
de o deixar escapar, seu traste!
Coragem não tenho para superar
os pensamentos que voam, poderosos,
e a confiança em mim eu a vou deixar
para momentos que virão, temerosos!
Poderia escolher as ondas que me chamam,
poderia escolher as musas que me aclamam,
poderia escolher-te, mas não posso,
tenho medo que regresse o navio-destroço!

06/05/2006