Tuesday, April 21

CCC

Caneta apoiada

Pego na folha e encosto a caneta,
nem sei que palavras sairão
desta experiência mística de ligação
ao meu amor, que chegará agora!
Peço de forma insistente e suave
um carinho seu, mas nem faz falta
pedir pois ele mos dás de livre
e espontânea vontade, tanto é
o carinho que me tem, pois é,
sou seu ursinho para o que der e vier!
Preparei uma gelatina hoje,
tentei agarrar o sol que foge
de nós, mas ele não se deteve,
visto que estava atrasado, ele
tinha um encontro tão secreto
com a lua, tinha prometido que
a levaria a ver-nos, como nos amamos
libidinosamente um ao outro, que
nem faz falta pedir nada nem pegar
num chicote para açoitar a tristeza!
Momentos similares ao sol ocorrem,
mas soubemos até agora agarrá-los
bem, sem temer a represália de ninguém,
tentando não despertar a ira da lua,
sem lhe pedir perdão eterno
nem pegar-lhe nas costas a etiqueta
de má amante, ó lua, aprende de nós,
pois te vejo sempre sozinha no céu
e embora se diga que detrás de ti
o sol se esconde, se o amaras
tanto como eu amo o meu marido,
sabias que é terminantemente proibido
manter o teu amor à margem de tudo,
por uma ou mais noites, abraça-lo,
porque qualquer um quer carinho,
eu vou ter o meu agora, sozinho
deixarei de estar, chega o meu marido!

22/01/09

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