Thursday, January 5

CXXXII

Já porque

Já me fartei de agarrar a almofada
e de imaginar que por detrás de mim te estendes,
de crer que mesmo amargurada
a vida passar comigo tu pretendes!
Já me ajoelhei e implorei às divindades, entidades,
que dominam o vasto e etéreo celeste,
deixem o destino decidir a meu favor,
deixem um romântico ficar junto ao seu amor!
Não obtive resposta, nem a queria obter,
tudo o que desejava na vida é tudo o que me faz sofrer,
só posso, no entanto, esperar pela aurora de cada dia,
e então, ao céu solarengo, implorar cada vez mais!
Porque a cada momento que passa,
os projécteis da besta me trespassam,
e eu pareço enfraquecer nas forças vitais,
pareço mirrar, atrofiar a minha fisiologia!
Colorir o teu sorriso e poder te abraçar,
coisas simples que são, agora, difíceis de alcançar,
porque parece que eu, que sempre te quero amar,
ultimamente só consigo te fazer stressar e chorar!
Perdoa meus actos que decerto te magoam,
sabes, decerto, também que voluntários nunca foram,
devias tentar me esquecer, porque eu a ti não consigo,
melhor cura teria um toxicodependente no mais cerrado abrigo!
Relevâncias desta vida poucas levo para a campa,
mas sem dúvida que o amor que por ti tenho
será das que tem mais probabilidades de ser gravada no estanho
de que será feita a minha vestimenta para do Hades a rampa!

31/05/2003

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