Thursday, January 12

CXXXIX

Doente mas não amargo

Quando a doença chega,
não há tempo para pensar,
queres te curar depressa,
queres o vírus eliminar!
Mas quão difícil é a cura
para as epidemias do coração,
há o que provoca um rasgão,
sentimento de desgraça absoluta!
Pões a mão no amuleto,
dizes coisas que não fazes,
provocas o queimar da alma
num perigoso hadaico espeto!
Das trevas provém o utensílio
que devora os corpos benignos,
não tem piedade nem quer idílio
para quaisquer pessoas fracas,
com seus sentimentos dignos!
O tempo é de magras vacas,
já dizia o ditado que por isso dizer
sempre fez o povo tremer,
sim, porque os ossos são comidos
pelos pobres e desprotegidos.
É tempo de tudo olvidar,
concentração dirigida para amar,
um abraço e um beijo fortes
a trazer a maior e melhor das sortes!

04/09/2003

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