Wednesday, January 11

CXXXVIII

Escritura

Escritura do terreno,
é aquela que, com veneno,
se assina à espera dela,
da sorte de uma casa bela!
Que casa merecerei eu,
um magnífico mausoléu
ou uma barraca perto do rio,
com um soalho escorregadio?
Não me apetecia cair,
nem dos teus braços sair,
porque é lá que afinal durmo,
é a forma que, com manteiga do amor,
todos os dias unto!
Não é em vão que refiro
que palavras bonitas não retiro
da minha boca a não ser
que os teus ouvidos as possam receber!
Loucuras diversas por ti cometo,
apesar de não querer acabar
como porco no espeto,
posso no entanto tentar
o prémio, teu amor, levar!
É muito bom acordar cedo
e não saber se vou ter medo
do dia que amanhece ali,
naquele preciso instante
quando acaba a segurança constante
do período em que eu dormi!

31/08/2003

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