Wednesday, March 29

CLXXI

Lágrimas que caem

Os dias da decisão chegarão
e não precisarei de pedir perdão
a ninguém, porque a minha acção
apenas será a do coração!
Que culpa maior é esta que sinto,
mas porquê, se eu não minto,
quero dizer a verdade e consinto
que tapes os ouvidos, puro instinto!
Mas, querida, ouve-me apenas,
que será benéfico, acenas
a um mundo irreal, apenas
tornas difíceis todas as cenas
desta peça que é a nossa vida,
agora separada será a vida
de nós dois, mãe e criança parida
serão dois, mãe e criança crescida!
Vou embora, sabes bem que não queria
magoar-te, porque de noite e de dia
sei que pensas em mim com carinho
e vais sentir a minha falta no caminho
tortuoso de viver, sem mim, teu filhinho,
que disseste, brincando, ter vindo por engano,
se não duvidares nunca do quanto te amo,
saberás que nunca te abandonarei, levanto a mano!

11/12/2004

1 comment:

Anonymous said...

Não vieste por engano, não. Ainda bem que a tua mãe aceitou o seu "engano" e te deixou vir (eras tão pequenino tão pequenino, quem diria...) Mas grandes eram os teus desígnios. Percebeu-se cedo e agora e sempre, tenho a certeza. A tua poesia é ...........
bjos