Thursday, March 8

CCLXV

O cerco da água-gás

As nuvens agora fecharam-se todas,
tal como eu espero o fechar dos braços
teus à volta do meu corpo, tal como
as nuvens, eu contigo estou no céu, bem alto!
Estão carregadas, cheias, esgotadas
as vagas de preencher um outro lugar
significativo no meu coração, um lugar
tão importante como o que tu ocupas!
Por isso restam espaços disponíveis,
para amizades novas, sobreponíveis
ao meu novelo de amor que desenrolo
a cada dia, junto a ti, meu amor!
Entre a madeira e o metal que me rodeia,
sinto já o calor de sentir-te perto,
tenho já a detalhada, enérgica ideia
de dar-te o acumulado de prazeres
que nesta semana me foi impossível dar,
estávamos os dois, separados, a viajar!
Mas quem não pára de viajar
é o meu coração, viaja constantemente,
quando penso em ti e me abstraio
do mundo exterior, tal é a ardente
emoção, lava de fogo que desce do
cume até à base do meu corpo vulcão!
E as chamas vivas alimentam o fogo
que junto com o teu fogo criam
uma manobra de diversão contra
a tristeza, o desalento, apagam
ardendo o fluir da água lenta
da solidão, não existe capacidade de fuga
à total alegria de respirar ao teu lado!
Quero e estarei agora e depois abraçado
a ti, porque nunca antes na minha vida vivi
um amor tão grande como o que por ti tenho,
marcado na pele como um profundo lenho!

05/03/07

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