Thursday, March 15

CCLXVI

Rio do diálogo

Sobre o nosso rio grande de palavras
se vão então construindo várias pontes,
por onde passeiam livremente momentos
que passamos juntos, felizes mutuamente!
O sol espreita, quer ver algo que brilha
mais do que ele próprio, zangado
com o facto de que isso possa ocorrer!
As nuvens por vezes tentam impedir
que o sol nos veja, mas se não o
conseguem, o sol nos abrasa, tentando
derreter-nos para que não brilhemos
tu e eu, mais do que ele, meu amor!
Quero que saibas que a teu favor
desprezo o sol e todas as estrelas
que ao ver-te a meu lado perdem fulgor,
ao ver-te, com os teus olhos doces
quando me observas, teu corpo
que de estar tão próximo ao meu
penso que somos pólos magnéticos,
que se atraem naturalmente, forças
que resultam num momento dipolar nulo,
o que quer dizer que somos
os dois juntos mais estáveis do que
se estivéssemos separados, eu anulo
energias negativas que possam existir
à tua volta, que não se atrevam a sair
de novo à superfície, porque o meu fogo
as queimará até que se transformem
em cinzas que o teu vento furioso
dispersará, deixando apenas o sol
que nos observa lá no alto ciumento,
nós juntos vivendo cada suave momento
porque perto estamos, longe o sol!

14/03/2007

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