Língua das Bermudas
Queria encontrar uma maneira
de me perder na língua em que escrevo,
para desencontrar-me da vida que levo,
esta vida para viver inteira!
Que quererá isto dizer,
o que é inteiro ser,
é a chuva que cai no rio
ou o som que oiço quando me rio?
Escolherei, agora, esse caminho
de perda e reencontro,
em que vagueio e divago só,
mas em que tenho todo e qualquer ponto.
Ponto cardeal, ponto de lance livre,
qualquer um deles eu possuo,
da vida minha controlo algum usufruo,
não preciso que ruja o tigre!
Olha-me nos olhos, belo animal,
casa comigo sem ter altar,
espera que seja o safari frugal
o transporte que a ti me irá levar!
E aí, no escuro negro,
encontra a tua chance vital,
caça a tua presa, o teu tesouro,
mostra que, sem ter medo
da trivialidade casual,
da vida é capaz de tudo sair
como sai a água de um bebedouro!
Vou então, sem medo, partir!
18/01/2004
Tuesday, January 17
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